O que é BIM?
03 Jun 2025 · Construção Digital · Por Henrique Barsa
O que é BIM?
Diferente da transição do 2D para o 3D, o BIM não é uma ferramenta que você simplesmente começa a usar. Isso tem gerado muita confusão, com pessoas achando que basta usar Revit e Archicad que estão fazendo BIM. Junta-se isso, a uma insistente campanha de marketing desses softwares querendo trazer o BIM para eles, e está feita a confusão.
BIM é software?
Não. BIM não é um software. Revit e Archicad são apenas softwares paramétricos.
BIM é um método de trabalho que pode ser aplicado em diferentes plataformas, como Revit, Archicad, SketchUp, Vectorworks e muitas outras.
Sem metodologia, são apenas softwares de projeto como qualquer outro.
Usar paredes paramétricas, cortes automáticos e tabelas NÃO significa que você está fazendo BIM. O que caracteriza o BIM é a forma como você transita as informações entre todas as etapas e pessoas envolvidas.
Como eu faço BIM então?
As pessoas complicam muito, pois querem explicar o BIM completo para quem só faz uma parte dele, então, vamos simplificar.
Afinal, O que é BIM na arquitetura? O Fluxo de trabalho BIM?
No BIM para projetos de arquitetura e interiores você precisa ter uma espécie de "plano" de como as informações vão transitar entre as pessoas, e esse plano passa por ter um modelo 3D abastecido com as informações necessárias. Não é muito diferente do que você já precisa entregar normalmente, mas é um formato diferente.
✅ Em resumo:
No método tradicional → você escreve tudo em um memorial em texto.
No BIM → você adiciona essas informações diretamente no modelo 3D, que passa a funcionar como um memorial descritivo vivo, dinâmico e conectado.
Vamos pegar um piso por exemplo, você colocaria diversas informações desse piso no memorial descritivo, não colocaria? Para o BIM, você precisa trazer essas informações para o componente 3D. Ao invés de digitar no Word, você digita dentro do software de projeto.
Além disso, a forma tradicional de trocar arquivos, como PDF, DWG, SKP, RVT e outros, é substituída pela troca de arquivos IFC.
Mas o que é IFC?
IFC (Industry Foundation Classes) é um formato de arquivo universal e aberto, desenvolvido pela buildingSMART, que permite que diferentes softwares de arquitetura, engenharia e construção consigam trocar informações de forma padronizada.
Em vez de cada programa falar a sua própria “língua” (DWG do AutoCAD, RVT do Revit, SKP do SketchUp, PLN do Archicad, etc.), o IFC funciona como uma língua comum, garantindo que:
Os elementos do modelo 3D sejam reconhecidos como paredes, portas, janelas, lajes, instalações.
As informações associadas (materiais, dimensões, propriedades, fabricante, custo) sejam mantidas e lidas em qualquer software compatível.
Viu como não é tão complexo? Primeiro você insere todo memorial nos objetos, depois exporta isso em IFC, até aqui você já fez um belo avanço.
👉 Em resumo: o IFC é a ponte que permite que o BIM seja colaborativo, independente do software que cada profissional usa.
É aqui que o BIM mostra sua força: conectar arquitetura, elétrica, hidráulica e estrutural no mesmo modelo sem perder informação.
"Ah, mas e o meu template, os meus layers, os meus blocos..." o IFC também resolve isso pra você, pois não é um formato do seu software, então a pessoa não vai ter o seu template, fique tranquilo.
Mas e agora? Por onde você envia os arquivos para todos? WhatsApp? E-mail? Google Drive?
Essas ferramentas até funcionam, mas geram desorganização, versões diferentes e risco de perda de informação.
É aqui que entra outra diferença do BIM: o uso de um CDE.
Mas o que é CDE?
CDE (Common Data Environment), ou Ambiente Comum de Dados, é um espaço único e centralizado onde todas as informações do projeto são armazenadas, organizadas e compartilhadas.
Em vez de cada profissional guardar arquivos em pastas diferentes, todos trabalham sobre a mesma base de dados, atualizada em tempo real.
O CDE no BIM garante:
📂 Organização: todos os documentos, modelos e relatórios ficam no mesmo lugar.
🔄 Controle de versões: evita que alguém use um arquivo desatualizado.
👥 Colaboração: equipes de diferentes áreas acessam e atualizam informações simultaneamente.
🔒 Segurança: acesso controlado, com histórico de quem fez cada alteração.
Na prática, um CDE é como um “Google Drive do BIM”, mas com regras e inteligência próprias para projetos de arquitetura, engenharia e construção.
Além disso, o CDE te ajuda a fazer a gestão dos seus projetos, tarefas e equipe, além da integração com o software de projeto.
Vamos revisar?
Então você precisa, trocar o Memorial Descritivo para um Memorial em 3D, trocar Drive, Dropbox, E-mail, Trello por um CDE e trocar arquivos PDF/DWG/SKP/RVT soltos para a troca de arquivos IFC.
BIM no SketchUp: como aplicar na prática
Sim, e com muito potencial, SketchUp BIM é uma realidade.
O SketchUp tem recursos que permitem total integração com fluxos BIM:
Em 2025, a importação e exportação do IFC pelo SketchUp, é um dos melhores do mercado. Classifique os componentes do SketchUp e adicione todas as informações do seu memorial em cada objeto.
O Trimble Connect é o CDE da Trimble que vem em todas as assinaturas do SketchUp, ou seja, você já tem um CDE muito bom.
O SketchUp tem uma API aberta, que facilita muito a integração com outros sistemas.
Conclusão
Cobre os seus fornecedores para fornecerem os produtos já com informações no 3D, principalmente la no 3D Warehouse.
Tenha parceiros que trabalhem em IFC, chega de dwg e pdf.
Convide seus fornecedores e parceiros a usarem o Trimble Connect.
No Barsaverso, vamos continuar descomplicando o BIM para você.
👉 Próximos passos:
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